terça-feira, 28 de outubro de 2008

11

Na janela, a chuva fustiga e brinca, eu sorrio triste. É a mescla da dor infantil e tua proximidade, fusão de crises e idéias tortas. Mas então aos poucos se afasta, com toda esta fulgacidade, escorre feito areia, maldito inconsistente. Estou pronta! Abrirei um varadouro até tua porta, nada coeso ou bem planejado, simplesmente focada em chegar. Enunciação, que tal? I'm all over you, I'm not over you.


desconsiderem esse post idiota, ele será deletado em muito breve

domingo, 19 de outubro de 2008

10

Alucinações. lindas, sujas, rasas e puras, castas e enigmáticas, uma obra de arte. Quando consigo abrir meus olhos além eu vejo um turbilhão, uma massa densa de informações que me tomam o fôlego do pensar. Pigmentadas em cores inexistentes, surreais, MORRI DE DESESPERO AO VER TEU NOME NAS PAREDES, insanamente, tomando meus sentidos o cheiro da tinta fresca, instintos de sobrevivência, me agarrar a um pilar de lama, me afogar em areia movediça. É um grito de socorro mas não espero por resgate, eu quero o fim do labirinto, eu anseio e não sei o motivo. Me perder no teu aroma, anos gastos e linhas tortas, trocas de tiros. Me acompanhar num caminho uno, sem o menor nexo, o cúmulo da insensatez! Estranho, te quero.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

9

00:00 ao longe um relógio da 12 badaladas, o silêncio é funebre e gentil. A fatiga me despe e me acusa, a dose me eleva e lá estou, em um brilho opaco. Sinto a luz amarelada me ninando, quase um carinho. O cheiro amadeirado, os olhos pesando, aflição e paz mescladas em perfeita harmonia. Na boca, um gosto amargo, do café e bebida, pesares e o desejo de sentir na mesma um mais quente sabor, o seu. Ao mesmo tempo o que me parecia terminado agora é visto ao longe mas não menos cobiçado, é ira. E sou bem afortunada por ter meus fiéis ao redor, culpados de minha alegria! A diversão só para quando eu digo e eu não ouso dizer. Me vejo num futuro repleto de risadas longas, ao som de Cássia, pés descalços e calças largas, plenitude. A ânsia me engole, me devora de pedaço em pedaço, e eu sem reclamar, até me parece gosto, e quem dirá que não? Aperte o play.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

8

Mesmo enxergando o nada, mesmo atirando no escuro, eu sei é certeiro, preciso e inexato você. Eu vejo como árdua a tarefa de preencher os vãos que tuas pegadas deixam, mas gratificada fico em ter a erudição do teu caminho. E logo a graça caíra, a beleza murchará, a vontade cessará, mas dessa história eu quero o desfecho. É a conclusão da penúria e tormento, sem escapatória, engolindo a cobiça como um doce. Alívio expectante, Fúria curada, Fim da linha, Xeque-Mate.

domingo, 5 de outubro de 2008

7

Malhar em ferro frio é como eu faço, impaciência. A esperança que espero é a compartilhada, e não a dividida. Extremidades frias, garganta quente, um sol de gelo se derrete aos meus olhos e a água suja me escorre entre os dedos. Se o caos fosse de terra feito, soterrada estaria. Meros entretenimentos passageiros, eu quero mais. A boca seca pede a chuva, descarrega em mim sua ânsia. Pervasivamente eu amo, só não sei a quem. Loucos, carne e trilhos, te desejo para a prateleira, da vida eu clamo por uma variedade rotineira jamais vista. O despertar é molesto mas o sono compensa; tênue noite que sejas ruidosa, morena tez que sejas minha.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

6

Desmorona burlescamente o castelo de sal que construí com o pensamento, se torna menos fictício e mais presente e mais ausente. Ele gaguejou, a vibração pesada que senti a 2 palmos de distância, como que com medo estivesse, quem me dera. Olhares; trocados, desencontrados, ignorados, quentes. Estou a poucos passos de arrebentar as amarras do temer e jogar-me de braços bem abertos nessa sutil tentação que delicia os instantes sóbrios do imaginar. Quero que cada gole de saliva minha me lembre do que vale. Que cada pedaço de minha pele arda para refrescar a memória das mãos. Que minhas costas doam porque muito me curvei. Dos peões eu já dei conta, um bispo e dois cavalos, xeque.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

5

Como posso me infectar com um mal que já vem medicado? Como agir com frieza quando já morri de febre? Como posso ser as próprias vozes da minha cabeça? derreti, rendição e surrealismo, o vil e o belo são um par perfeito. Eu quero, eu quero e quero tanto sentir até a última gota, que doa, que sangre, que fira, mas que me toque. Quero que venham os querubins e anunciem a chegada de um novo jeito de sujeitar-me as condolências de outrem, então! Eu só me canso energicamente de toda a intensidade, mas autenticamente ainda quero mais veemência, mais tesão, mais fervor. E eu sei dele e do tamanho das barreiras de vento que eu mesmo crio, por isso tenho a solvência: entrega.