quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Yes, love still gonna save me.

Me prometo não deixar de me amar e me querer bem nem mesmo por um segundo. Prometo-me ser justa com quem eu sou. Prometo-me ter consciência onipresente do meu valor. Me prometo não me agredir, não me ferir, não levar a fundo ferro e fogo no coração. Prometo-me de toda a minha essência ser fiel com meus ideais. Me prometo não permitir que minha vida se leve a um abismo de incertezas, dúvidas e quases. Me prometo não me apaixonar pelo talvez. Prometo-me estar pronta a abrir um sorriso sempre, viver cada dia com a minha já costumeira intensidade, amar tudo ao meu redor como bem sei fazer. Me prometo prometido que jamais vou me achar pior ou melhor que ninguém que passe pelo meu caminho na mesma direção. Me prometo não dar abertura nem vazões para que agulhadas de esperança me machuquem. Prometo-me ter em minha mente a tranquilidade e a certeza de ter dado meu melhor, ter feito a minha parte e ter sido gente de verdade, com palavras genuínas e atos de coragem. Prometo-me tirar da minha vida tudo que me fizer mal. Prometo saber que colherei tudo que tenho plantado, prometo me acalmar ao lembrar o quão amadas foram essas sementes, com quanto zelo cada uma foi regada, o quão viçosas nascerão as flores. Prometo-me zerar qualquer expectativa, ser madura e racionalizar, ser esperta. Me prometo não me torturar em falsos sinais, não procurar razões para decepção. Prometo-me perceber o fim e enfim, prometo-me ser, estar, ficar e permanecer apaixonada pelo meu próprio amor, que ele, que é absurdo, gigante e puro, ele e só ele, me salvará.

domingo, 21 de agosto de 2011

tuphoria

Euphoria. Meu coração dispara num reparo. Deliciosamente retalhados, eu sinto cada prisma de pequenos detalhes transbordar da minha cabeça como lava ou água de chuva torrente. Euforicamente ela é a cura de todos os antigos ruídos, de todas as angústias. E com ela, a paz de toda a alma, amor, calma, pele quente colada na minha, numa unção densa de carinho. Pulsando ainda, eu fecho os olhos para poder olhar dentro de mim, contemplar o bonito entusiasmo que se desperta. Respiro, inspiro e a insiro nos meus mapas, como estrela e cartografias, e a tua-pintinha-favorita-minha. E não só trago contentamento no amar, mas em todos os verbos conjugáveis do meu ser, em cada pedacinho latente do meu corpo. Faz mais sentido por ela, vale a pena um pouco mais se tiver aquele sorriso sincero no final do dia. Um sopro, brisa leve, doce, tenra, e ainda cheia de brilho. Livre. Rainha do meu coração. Minha amada, minha menina. Preenchendo lacuna que já nem lembrava que existia. Eu-pho-ri-a.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

32

Senti a boca seca. Eu nunca fui o tipo amedrontada, sabe. Sempre tive esse quê de corajosa, sempre me desafiando, indo até as últimas adversidades. Disposta a dar o mesmo lado da face à tapa vezes e vezes, quase que inconseqüente. Mas é que nessa última vez, foram tantos e tão fortes que imagino o sangue nem sequer ter parado de escorrer ainda, pequena. Eu nunca me vi como frágil, e também não acho que sejas. Sinto que o que nos uniu de alguma forma naquela quinta-feira desfocada foi esse instante despedaçado de ambas. Apesar de toda a vodca e da amnésia alcoólica, não sei explicar o porquê, mas cada momento em que estive contigo é perfeitamente claro em minhas memórias. O momento em que te beijei pela primeira vez, a nossa respiração ofegante, o nosso paraíso atrás de uma porta de banheiro... E outra coisa bem nítida aqui é lembrar que teus olhos, os mesmo olhos que me hipnotizaram na manhã seguinte, me pareciam embotados num sentimento disperso de toda aquela festa, fragmentados. Motivo de eu te ver pisciana, cabendo perfeitamente em meu aquário. Bonita num mundo a parte, sendo levada por mim ao meu próprio. Os bloqueios são também meus; eu, que tenho Impulsiva como último nome, me deparei em frente a um ponto de luz no meio de toda essa bagunça. Senti vontade de colar teus pedacinhos um por um, te devorar muito além de com bocas e mãos, mas me contive a te ter supérfluo, para não perder-te em meio a tanto caos. Assombrada, receosa de me permitir. Permitir sentir toda a tua complexidade, apesar do tudo já absorvido entre os nossos carinhos cheios de entrelinhas. E ainda assim fui falha, visto que te enxerguei muito além, e que habitastes meus devaneios durante os dias afim mais do que esperava. Eu sei que podia te escrever muito melhor do que essas linhas bem do tortas, mas eu acho que é assim que as palavras saem quando elas tem essa urgência, esse desespero por trás. Também acho que as obras-primas saem de sentimentos de dor, de tristeza. O que me despertas é deveras doce para provocar palavras de um poeta amargurado.

Me peguei pensando coisas engraçadas. Do tipo 'Eu gosto do jeito que ela pisca.' Do tipo 'Ela parece meu pokemón favorito.' Do tipo 'É, Eevee, eu escolho você.'

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

31

E vai doer um pouquinho menos a cada dia. Hoje dói na garganta e nos pulmões, como berros de angústia reprimidos. E depois vai doer no estomago porque eu vou tentar remoer a história. Então vai se dissipar por todo o corpo, para os pés e a nuca e os olhos e até os cotovelos. Por fim doerá no meu sexo, e acaba. Eu sempre que fui bem desentendida, custosa pra compreender entrelinhas. Não me dou bem com ironias e sarcasmos, eu sou bem clara, limpinha. Mas com certeza é a mais complexa de todas, com início e fim e sem meio, sem entremeios, que eu já vivi. Era uma vez um casal de menininhas lésbicas apaixonadas vivendo numa ilha ensolarada. E daí o amor morreu.

Mesmo sabendo que todos os erros foram seus, ursinha, eu me sinto culpada. De não ter percebido a falta de reciprocidade, de não ter reconhecido tuas reais necessidades. Não que isso fosse nos salvar, mas te salvaria um pouquinho, e me salvaria um monte. E agora eu fui embora, amor, e você... você voltou pra ela. E eu voltei pro escuro. Apesar de que toda essa neve é bem do clara, e limpinha, eu voltei pro meu escuro dark sombrio modo de enxergar as coisas. Love is fake, everybody's sad, life is dirty, i can see rotness in every little thing.

Eu 'tô no topo do mundo, amor. Eu ia gostar de conhecer tudo isso contigo, mas agora não és mais minha nunca mais. Ainda dói mas dói menos quando eu lembro que passa. Tudo passa. Eu sei que a tua frase preferida é 'Você é imatura', mas desculpa amor, você é tão tolinha. De achar que eu sou crua, porque eu já vivi tanta coisa, tanta coisa ruim. Eu já 'tô apodrecendo, e é esse meu medo, de apodrecer antes de ter sido feliz.

Acho que naquele dia 30, antes da meia-noite, eu fui feliz. Acho que as coisas ficam realmente muito boas antes de piorarem. Ou seria o contrário? A cinderela também virou abóbora depois da meia-noite e ela teve final feliz. Talvez eu tenha também. Talvez eu ame desse jeito louco que eu te amei de novo, e seja assim feliz de novo. E talvez dessa vez seja completo. Sem restrições. Até melhor.

Eu 'tô continentes longe de casa agora, milhas e milhas e milhas de água nos separando. E saber que as nossas próprias barreiras invisíveis são mais fortes do que todo esse oceano de distância. Tomara que ela te faça feliz. Mas eu acredito que não. Acredito que ela já tinha desperdiçado a chance dela, sabe. Quem sabe? No fundo do fundo do fundo eu queria que o mundo fizesse click e daí tu resolvestes me amar. O que ia ser triste também porque eu não vou te amar pra sempre. Nem até o final do mês.


Têm gente que fala que amor de verdade é só uma vez na vida. Besteira. Já amei de verdade várias vezes. Sei como é. E é sempre amor sim, é amor daqueles de se querer dar a vida e se doar por inteiro, amor daqueles de cinema só que ainda mais bonito por ser de verdade. Ou talvez eu que seja assim, muito de me dar. Pode ser que eu que tenha muito amor dentro do peito e em todas as outras partes do corpo. Porque começa na garganta, e termina no meu sexo, e só se acaba pra poder começar de novo, pois que além de tudo meu bem, meu coração é reciclável e respeita a minha própria sustentabilidade. E isso de reciclagem é tendência no mundo inteiro.


Não tenho mais nada pra acrescentar sobre nós, amor. Acabaram-se até as palavras! Provável que já tenha descido pro estômago. Quando eu pousar já estará escorrendo pelos cabelos, que agora são é bem curtos pro teu desgosto e logo acaba. É que ás vezes pra começar a costurar a gente tem que dar vários nós até que fique grosso o suficiente pro nó teimoso que é não conseguir passar pelo buraquinho do tecido. Pode puxar, amor, que eu já to bem presa do outro lado e não volto, esse lado que é o meu lugar.


'Tô voando, bem agora, bem em cima das nuvens, bem em cima de uma imensidão de mar. Vou enterrar o infinito longe pro nó ficar ainda mais forte. Vou deixar esse infinito de amor do outro lado do mundo, que é pra me conformar com a falta do teu infinito.

Tchau, amor. Foi doce te amar pela manhã.