quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Estive fechada. Por durável período, cerrei as portas e janelas de mim. Simplesmente determinei que a claridade não mais habitaria meu eu, quis reclusão, quis confinar-me, quis estar só. E consegui todas essas coisas estúpidas que almejei. Ah, como dói a solidão, se sentir um passarinho, presa em suas próprias grades. Já é costumeiro de mim, criar falsos impedimentos, tecer as teias onde eu mesma caio, cadear minhas algemas. Mas esse episódio teve um gosto mais amargo: o do meu veneno. Máscaras, fingimento, simulacros, dissimulação, hipocrisia, disfarçes, fachadas, mais máscaras! É tão difícil reobter sua essência. Mas aqui estou (with arms wide open) preparada e expectante, nunca tanto auspiciosa, arrebentando minhas amarras, esperando a luz chegar. Antes tarde do que nunca, eu digo: ano novo... vida nova