sábado, 1 de maio de 2010

30

Eu poderia achar inúmeras faces para as altercações que dançam atrás dos meus olhos neste segundo, pois que sempre fui boa em nomear as coisas; e em fazê-lo de forma subjetiva, dúbia, possibilitando olhares e interpretações conflitantes. Mas não hoje. Hoje, o que eu sinto circular pelas minhas veias é tão abstrato, tão intocável, que eu fico receosa de identificá-lo. É como um medo de ser engolida por mim mesma, como se eu rezasse para não cometer autofagia. Eu sempre fui um perigo para mim... Posso até dizer que lutei contra esse sentimento auto-destrutivo, e que torcia para perder. Essas luzes masoquistas me fazem seduzida, eu aprendi a gostar da dor num vasto quadro de significados, de forma doente, até me esgotar. Então, eu escolho agora para ser o instante do meu "T". Eu peço tempo, eu peço água, i surrender. Eu preciso de uma luz que realmente leve a noite embora, preciso de um pedacinho de ar nesse deserto de areia fina. (As máscaras não caíram, eu estou presa dentro da minha armadura!) É minha oração, i pray to be only yours. Eu preciso jogar pro meu time dessa vez, não faz mais sentido fazer gols contra.

Dar-te-ei olhos para forçar-te a enxergar, e isso dói: por não saber a quem envio essa súplica. Você é meu destino(átario)?