sábado, 1 de maio de 2010

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Eu poderia achar inúmeras faces para as altercações que dançam atrás dos meus olhos neste segundo, pois que sempre fui boa em nomear as coisas; e em fazê-lo de forma subjetiva, dúbia, possibilitando olhares e interpretações conflitantes. Mas não hoje. Hoje, o que eu sinto circular pelas minhas veias é tão abstrato, tão intocável, que eu fico receosa de identificá-lo. É como um medo de ser engolida por mim mesma, como se eu rezasse para não cometer autofagia. Eu sempre fui um perigo para mim... Posso até dizer que lutei contra esse sentimento auto-destrutivo, e que torcia para perder. Essas luzes masoquistas me fazem seduzida, eu aprendi a gostar da dor num vasto quadro de significados, de forma doente, até me esgotar. Então, eu escolho agora para ser o instante do meu "T". Eu peço tempo, eu peço água, i surrender. Eu preciso de uma luz que realmente leve a noite embora, preciso de um pedacinho de ar nesse deserto de areia fina. (As máscaras não caíram, eu estou presa dentro da minha armadura!) É minha oração, i pray to be only yours. Eu preciso jogar pro meu time dessa vez, não faz mais sentido fazer gols contra.

Dar-te-ei olhos para forçar-te a enxergar, e isso dói: por não saber a quem envio essa súplica. Você é meu destino(átario)?

3 comentários:

Leandro Damasio disse...

quem te lê assim pode pensar que... mas... e ...

Junkie Careta disse...

Bom,
Não sou psicólogo e tenho muito mais segurança e familiaridade com as perguntas do que com as respostas,porém, sou um especialista em fazer gols contra,e ,te asseguro, tem horas na vida que tem-se que aprender a jogar para o próprio time, sob a pena de, em não fazê-lo, suicidar-se e continuar vivo, e, viver assim, pode ser algo que traga muito dor.

Se ele ou ninguém atender a súplica, já valeu o grito. Às vezes implodir pode fazer muito mal. Melhor explodir assim,especialmente como você faz tão bem em letras.

Estou propondo um brinde aos meus amigos da blogesfera.Apareça com sua taça no spleen para celebrar comigo.

Apareça quando puder.

Grande abraço

Salinê Saunders disse...

Menina!

Tuas letras, tão diferentes das minhas, por um delicioso acaso, aceleraram o ritmo do tempo dessa minha manhã nula de atividade.
És tão talentosamente envolvente!
Que me sinto inspirada.

Minhas letras são mais simples, com ar de velhinhos do campo comendo bolo de fubá, as tuas me passam um ar contemporâneo, urbano e merecedor de reconhecimento.

Continue escrevendo, e despertando encantamento nas manhãs frias de mais e mais amantes da literatura.

Beijos coloridos