domingo, 29 de março de 2009

16

Depois de uma dúzia de paragrafos e 2 garrafas de vodka, me ganha o ímpeto de tornar publicas as minhas maledicências. Gangorrra e gangrena, esquecer de respirar nunca foi tão costumeiro. Se não isso, seu inverso: a sensação de que meu pulmões deviam ser maiores. Agonia em essência, entubada. Não existem flores suficientes para o bem-me-quer meu. Pra onde foram as pistas, que me assolavam diariamente, sussurrando meu modo certo de agir, decretando fatos enlaçados pelo destino? Minha concentração morta, meus princípios afetados. E meus valores, intactos? Honestamente, tais altercações me incomodam deveras mais do que deveriam. Eu só queria solucionar a interrogação, queria ao menos saber a pergunta que vem antes desta. Uma cadeia de incógnitas, um mar vasto de hesitações e dubiedades, penúrias e tormentos, densidades. Tantos vazios me pungindo que quase me enchem. Me deixe saber se vou ou se fico, me informe, é de ti que aguardo uma réplica! Eu quero, e essa é a carta mais errante já escrita, moreno.

domingo, 8 de março de 2009

15

Quis os dois. Dane-se, nenhum dos ditos me tem comando. Nenhum 'não' chegou até mim. Nem uma advertência sequer alertou-me da possibilidade de erro. Erro não sucedido aliás... Mais uma vez, tudo conspirou ao mais conveniente. Até mesmo posso me sentir apaixonada, mas minha paleta é meu xodó. Meu albúm de figurinhas, meu catálogo. Ah, como eu o adoro! Nada supera o poder da escolha, o gostinho de história que fica na boca, a arte de iludir e ser iludida (ou fingir).
E eu optei pela variedade. Olho ao redor e vejo mil coisas que me interessam, me chamam desesperadamente! Venha para mim, para cá, para dentro, venha aqui: e eu te aceito, ó convite tentador. Desejo mais, mais, mais, o tempo inteiro mais, mais intenso cego doloroso lindo e quente. E nem sei informar outrem se almejo parar em breve... É a minha diversão, minha condição. Deep inside eu só quero uma coisa, um ser só que me faz inteiramente feliz, mas meus sentidos me traem, indignamente, irriquietamente. Duplicar é viciante, e eu adoro doses duplas.